Mãe acolhedora faz da própria casa um porto seguro para crianças em vulnerabilidade: 'Enquanto estou ajudando, elas me preenchem', diz
No Dia das Mães, conheça a história de Aparecida Santos Teixeira, de 62 anos, que participa do programa Família Acolhedora da Prefeitura de Juiz de Fora e t...

No Dia das Mães, conheça a história de Aparecida Santos Teixeira, de 62 anos, que participa do programa Família Acolhedora da Prefeitura de Juiz de Fora e transforma o lar em um refúgio temporário movido por afeto e empatia. Aparecida Santos Teixeira (à direita), ao lado da coordenadora do programa Família Acolhedora, em Juiz de Fora Arquivo Pessoal “Enquanto estou ajudando, essas crianças me preenchem”. É assim que Aparecida Santos Teixeira, de 62 anos, descreve o amor e a dedicação com que exerce o papel de mãe acolhedora em Juiz de Fora. Desde 2022, ela participa do programa Família Acolhedora, da Prefeitura Municipal, e já recebeu sete crianças em casa. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região O Família Acolhedora é um programa que oferece acolhimento temporário a crianças e adolescentes afastados da família por medida protetiva. Em vez de serem encaminhados para abrigos, eles são cuidados por famílias cadastradas, capacitadas e acompanhadas por uma equipe técnica. Entenda mais abaixo sobre a iniciativa e como participar. Neste domingo (11), Dia das Mães, o g1 conversou com Aparecida para conhecer a rotina de quem transforma a casa em um lar de empatia e amor. Como tudo começou... Cida, como é conhecida, disse que a decisão de entrar no programa surgiu depois de ajudar uma amiga que já fazia parte do projeto. “Fui suporte com uma menina que não se adaptava na creche. Fiquei com ela durante o dia, e minha amiga comentou que a demanda era grande. No início, pensei que não conseguiria participar, porque me apaixonaria pela criança. Depois percebi que, em vez de ajudar uma, estaria ajudando várias”, relembra. Ela e o marido se inscreveram no programa e, uma semana após a aprovação, receberam a primeira criança: uma bebê de dois meses, que hoje já completou dois anos. “Foi uma paixão. Fomos cuidando com carinho. O coração até dói, porque sabemos que vamos entregar. Ficamos um ano com ela e fizemos até a festinha de um ano. Todos são tratados como parte da família", disse. Aparecida com o filho biológico Arquivo Pessoal Desde o início, ela contou com o apoio de toda a família. “Meu filho biológico, de 29 anos, fala que tem muito orgulho de mim. Ele brinca: ‘Mãe, agora que está aposentada, devia descansar’, mas com a casa vazia, isso é o que traz alegria para o lar”, contou. O marido de Aparecida, João Lino Teixeira, faleceu no ano passado, mas ela faz questão de lembrar com carinho o quanto ele se dedicava ao acolhimento. “Durante os anos em que esteve comigo, ele também curtiu muito as crianças, dava atenção, amor e carinho a todas.” Além do esposo, a filha dela biológica morreu aos 24 anos. Vínculo afetivo O programa oferece uma bolsa-auxílio e insumos básicos, como fraldas e leite em pó para bebês. Mas, segundo Aparecida, o que sustenta de verdade o acolhimento é o vínculo afetivo. “O auxílio não é suficiente. O que conta é o amor e o desejo de ajudar. São crianças em situação de risco e vulnerabilidade. Por melhor que seja um abrigo, não é como estar em uma família", refletiu. Atualmente, Cida está no sétimo acolhimento: cuida de dois bebês de dois meses e um menino de quatro anos. Já chegou a receber três crianças ao mesmo tempo — duas irmãs, de quatro e cinco anos, e um bebê de dez meses. Mesmo com as despedidas inevitáveis, ela mantém o vínculo com os pequenos. “Graças a Deus, tenho contato com todas. Uma delas é até minha afilhada. Visitam minha casa, passam fins de semana e feriados comigo. Já fiquei com uma menina enquanto a avó viajava. Elas chegam como se estivessem em casa. É maravilhoso, eu curto muito". Cida com a nora e o filho Arquivo Pessoal Mesmo com 62 anos, ela afirma estar disposta a continuar. “Enquanto Deus me der vida e saúde, eu estou dentro. Não pretendo parar tão cedo. Gosto muito porque, enquanto estou ajudando, essas crianças me preenchem. É papel de mãe mesmo, eu amo me doar como mãe", finalizou. LEIA TAMBÉM: Programa de Família Acolhedora é ampliado em Juiz de Fora após atuação do MP 'Desejo de ajudar': família acolhedora de Juiz de Fora fala sobre a experiência Você também quer ser uma família acolhedora? O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora oferece lar temporário e seguro para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por medida protetiva, com acolhimento feito por famílias cadastradas, capacitadas e acompanhadas por equipe técnica. As famílias recebem bolsa-auxílio e apoio contínuo. Interessados podem conhecer o serviço pelo telefone (32) 99163-0026 ou presencialmente na Rua Marechal Deodoro, nº 230, sala 202, no Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. ASSISTA TAMBÉM: Veja como funciona o programa família acolhedora em Juiz de Fora Veja como funciona o programa 'Família Acolhedora' em Juiz de Fora 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, X e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes