Importunação sexual a dentista, ataque homofóbico em mercado, transfobia: os crimes de ódio e violência de gênero que marcaram 2025 em MG

Homofobia, transfobia, assédio sexual: relembre crimes de violência de gênero em 2025 Em 2025, Minas Gerais registrou episódios de violência que mostram qu...

Importunação sexual a dentista, ataque homofóbico em mercado, transfobia: os crimes de ódio e violência de gênero que marcaram 2025 em MG
Importunação sexual a dentista, ataque homofóbico em mercado, transfobia: os crimes de ódio e violência de gênero que marcaram 2025 em MG (Foto: Reprodução)

Homofobia, transfobia, assédio sexual: relembre crimes de violência de gênero em 2025 Em 2025, Minas Gerais registrou episódios de violência que mostram que importunações sexuais e agressões contra grupos LGBTQIA+ têm sido cada vez mais denunciados. Nesta retrospectiva do g1 Minas Gerais, mostramos três casos que chamaram a atenção pela forma como os crimes foram praticados e também atualizar a situação dos processos. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Segundo o Observatório da Segurança Pública de Minas Gerais, até outubro deste ano, o total de registros de ocorrências envolvendo crimes contra população LGBTQIA+ chegou a 543. Em todo o ano de 2024, de janeiro a dezembro, foram 546 registros. Belo Horizonte foi a cidade que mais concentrou os crimes, chegando a 140 até outubro. Contagem, na Grande BH, e Uberlândia, no Triângulo, ocupam o segundo lugar com 19 ocorrências. Esta reportagem relembra os casos abaixo: Importunação sexual sofrida por dentista em consultório Ataque homofóbico contra casal de mulheres em supermercado Ataque transfóbico contra mulher em um banheiro de academia Assédio sexual a dentista em Igarapé Homem é preso em flagrante por importunação sexual à dentista na Grande BH Em julho, uma dentista foi importunada sexualmente por Rames Ossen Ali Júnior durante um atendimento em Igarapé, na Grande BH. Câmeras registraram o momento em que ele comete o crime e tenta arrancar a máscara da profissional. Ao perceber que o órgão genital dele estava à mostra, ela sai imediatamente da sala. (veja vídeo acima). A vítima contou ter ficado em choque e disse ter se “sentido um lixo” após a agressão. Ela registrou ocorrência e o caso passou a ser investigado como importunação sexual. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Rames Ossen Ali Júnior foi condenado a três anos de prisão em regime fechado. Ele também foi obrigado a pagar os custos do processo. O g1 entrou em contrato com a defesa de Rames, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Segundo Ivam da Silva Braga, advogado da dentista, a defesa de Rames recorreu, mas ele segue preso e está custodiado no presídio inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, unidade prisional destinada a acusados e condenados por crimes sexuais. "Foi um período muito doloroso, e a condenação de 3 anos em regime fechado traz algum sentimento de justiça. Nada apaga o que aconteceu, mas saber que o caso foi tratado com responsabilidade me ajuda a reconstruir minha tranquilidade. Falo sobre isso porque sei que muitas vítimas têm medo de denunciar, e espero que esse desfecho mostre que elas não estão sozinhas", disse a dentista. Ataque homofóbico em supermercado de BH Casal é vítima de homofobia em supermercado de BH Em 28 de agosto, um casal LGBTQIA+ foi vítima de injúria dentro de um supermercado no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, um homem atacou verbalmente as vítimas e usou expressões homofóbicas após se irritar com a presença do casal no estabelecimento (veja o vídeo acima). As imagens, registradas por testemunhas, repercutiram nas redes sociais e levaram o caso a ser investigado como injúria por motivação homofóbica. O homem acabou indiciado e depois virou réu. As vítimas relataram medo e constrangimento, reforçando a sensação de insegurança até em espaços do cotidiano. "A gente sai de casa com medo, volta de casa com medo, porque ele mora perto. A partir do dia que aconteceu isso, eu recebo ameaças, muitas virtuais também. Tem pessoas me xingando, me ameaçando, ameaçando até a vida do meu filho! A lentidão da justiça é o que deixa a gente mais aflita mas eu transformei essa nossa dor em luta", explicou Gabriela Fernandes. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), uma audiência de instrução foi marcada para 9 de fevereiro. Ainda conforme o documento do TJMG, a defesa de Paulo Henrique solicitou a instauração de um incidente de sanidade mental, que foi negado. "De fato, o pedido foi negado, mas a qualquer momento a defesa pode pleitear essa análise da insanidade mental caso tenha elementos novos. Ainda vamos analisar se vamos persistir neste assunto ou não", explicou o advogado Marcus Vinícius de Souza Sepulveda Mangini. Ainda de acordo com a defesa de Paulo Henrique, ele está em liberdade e há uma medida protetiva contra ele. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Paulo Henrique não possui registros de admissão no sistema prisional administrado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais. Transfobia em banheiro de academia Mulher denuncia transfobia em academia em Contagem Em novembro, Ayla Vitória, foi vítima de transfobia por uma outra mulher, no banheiro feminino de uma academia, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. A vítima relatou que a frequentadora questionou sua presença no espaço e passou a proferir insultos transfóbicos diante de outras pessoas (veja o vídeo acima). O crime foi registrado pela vítima em novembro deste ano, dentro de uma unidade da academia Pratique. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita permaneceu em silêncio durante as investigações. O g1 não conseguiu contato com a defesa da mulher. A academia Pratique informou que identificou a aluna envolvida e abriu um procedimento interno para apurar o caso, afirmando que prestou toda a assistência necessária à vítima. Disse ainda que adotará as medidas administrativas cabíveis diante de qualquer violação das normas internas e reforçou que repudia qualquer forma de discriminação, praticada por colaboradores ou clientes. A Polícia Civil, no começo de dezembro, concluiu o inquérito. A mulher foi indiciada por transfobia. Segundo a polícia, a suspeita se referiu a Ayla Vitória como homem e reclamou da presença dela no banheiro feminino. O g1 entrou em contato novamente com Ayla Vitória que preferiu não dar entrevista. Vídeos mais vistos no g1 Minas Gerais